Teresa de Ávila

Detalhe do êxtase de Santa Teresa - Bernini
Convento - Casa de Santa Teresa
2015 - V Centenário de Teresa de Ávila
Teresa de Cepeda y Ahumada nasceu na Espanha, em 28 de março de 1515, na cidade de Ávila, razão por que passou a ser nomeada Teresa de Ávila.
Foi uma escritora influente e faz parte da corrente literária conhecida como “Mística Espanhola”.
Seus escritos, todos publicados depois de sua morte, abarcam poesia e prosa, didaticamente organizados como:
1 – Autobiográficos - Libro de su Vida, Libro de las Fundaciones e Libro de las Relaciones;
2 – Doutrinários - Camino de perfección, Castillo interior – mais conhecido como Las moradas, e Los conceptos de amor de Dios;
3 – Cartas – que somam, aproximadamente, 400 textos;
4- Obra poética.
Sua obra completa foi publicada por ABC. Madrid, em 1974, sob o título:
Las Obras completas de Santa Teresa de Jesús .
Por ocasião do V centenário de seu nascimento, a Fundación V Centenario vem promovendo reformas em sua cidade natal e organizando, desde abril, uma série de eventos comemorativos, que têm por objetivo, entre outros, divulgar não só a relevância da escritora para a Literatura Espanhola e para a Igreja Católica, bem como preservar e valorizar o patrimônio artístico de Castela e Leão, além de fomentar o turismo na Península.
Entre as iniciativas propostas na programação do V CENTENARIO DEL NACIMIENTO DE SANTA TERESA DE JESÚS: Una mujer adelantada a su tempo, podem-se destacar:
1 – A renovação da iluminação do Museu da Casa Natal de Santa Teresa (abril);
2 - O Recital “La voz descalza” (abril). Recital de Amancio Prada, cantor e compositor leonês, que brindou, com seu violão e os versos de Santa Teresa e San Juan de la Cruz, a plateia que acorreu ao El Lienzo Norte (Ávila);
3- A tarde de touros em homenagem à Santa Teresa, na qual os três toureiros que participaram do espetáculo trajaram roupas especiais, típicas da época da escritora. (junho);
4- A exposição “Teresa de Jesús, Maestra de Oración” (junho);
5 – “Camino de Luz” (abril a julho). A peregrinação que percorreu nos últimos meses um total de 117.000 quilômetros, através de 29 países dos cinco continentes e que até julho visitará más de 50 localidades espanholas, perfazendo um total de aproximadamente 6.000 quilômetros de viagem, em homenagem ao espírito andarilho de Teresa.
6- A viagem que inclui lugares de visitação historicamente associados ao nome de Teresa tais como: a “Ruta Teresiana en Castilla y León”, Ávila, Alba de Tormes, Salamanca, Segovia y Medina del Campo, com o objetivo de continuar com os trabalhos de promoção de produtos turísticos vinculados ao V Centenário de seu nascimento.
De sua obra poética pode-se destacar:
Muero porque no muero
Vivo sin vivir en mí
Y tan alta vida espero
Que muero porque no muero.
Vivo ya fuera de mí
Después que muero de amor,
Porque vivo en el Señor
Que me quiso para Sí.
Cuando el corazón le di
Puse en él este letrero:
Que muero porque no muero.
Esta divina prisión
Del amor con que yo vivo
Ha hecho a Dios mi cautivo
Y libre mi corazón;
Y causa en mí tal pasión
Ver a Dios mi prisionero,
Que muero porque no muero.
¡Ay, que larga es esta vida,
Qué duros estos destierros,
Esta cárcel y estos hierros
En que el alma está metida!
Sólo esperar la salida
Me causa dolor tan fiero,
Que muero porque no muero.
iAy, que vida tan amarga
Do no se goza el Señor!
Porque si es dulce el amor,
No lo es la esperanza larga:
Quíteme Dios esta carga
Más pesada que el acero,
Que muero porque no muero.
Sólo con la confianza
Vivo de que he de morir,
Porque muriendo el vivir
Me asegura mi esperanza.
Muerte do el vivir se alcanza,
No te tardes, que te espero,
Que muero porque no muero.
Mira que el amor es fuerte;
Vida, no me seas molesta,
Mira que sólo te resta,
Para ganarte, perderte;
Venga ya la dulce muerte,
Venga el morir muy ligero,
Que muero porque no muero.
Aquella vida de arriba,
Que es la vida verdadera,
Hasta que esta vida muera
No se goza estando viva.
Muerte, no seas esquiva;
Viva muriendo primero,
Que muero porque no muero.
Vida, ¿qué puedo yo darle
A mi Dios que vive en mí,
Si no es perderte a ti
Para mejor a Él gozarle?
Quiero muriendo alcanzarle,
Pues a Él solo es al que quiero.
Que muero porque no muero.
Em algumas publicações, como em https://users.ipfw.edu/jehle/poesia/vivosinv.htm,
por exemplo, o penúltimo verso, da última estrofe desta versão do poema, aparece registrado assim:
Quiero muriendo alcanzarle,
pues tanto a mi Amado quiero,
que muero porque no muero.
Por outro lado, há supressão e acréscimo de alguns versos, no áudio de Muero porque no muero, veiculado em
A aparente instabilidade textual não inviabiliza, tanto nestas como em outras versões, contudo, compreender a veia essencial de seu pensamento doutrinário fundamentado na união com Deus e no recolhimento contemplativo e, ao mesmo tempo, em outros textos, na atividade prática a ser adotada nesta vida, sinteticamente expressada no fragmento: ”entre los pucheros anda Dios”.
Fontes: https://www.stj500.com/